sábado, 30 de agosto de 2008

Conheça melhor o Canário Gloster...



Ao contrário de outras antigas espécies de canários cuja origem é motivo de muita especulação, a origem dos Glosters está muito bem documentada. O desenvolvimento desta espécie é relativamente recente, data de 1925. O nome de Mrs. Rogerson de Cheltenham em Gloucestershire ficara para sempre associado à criação e desenvolvimento desta raça. Mrs. Rogerson foi a primeira criadora a expor este pequeno espécime, com poupa, numa exposição em 1925 no Crystal Palace em Inglaterra. Na altura, este exemplar foi analisado pelos juizes que consideraram que o pássaro em causa apresentava diferenças face ao standard actual dos pássaros de poupa e que tinha potencial para evoluir como uma raça distinta. Foi nesta altura que, o exemplar em exposição, serviu para desenhar o primeiro "standard of excellence" que permitiu o desenvolvimento dos Glosters. No seguimento desse evento, um conhecido criador Escocês e juiz de renome, Mr. John McLay de Kirkintilloch, começou a cooperar com Mrs. Rogerson, e vieram a estabelecer as formas de referência. No livro de A.W.Smith "The Gloster Fancy Canary" é mencionado que a linha original de Mrs. Rogerson, teve como base cruzamentos de "Crested Roller Canaries" com os "Smallest Borders" que estavam disponíveis. A linha de Mr. McLay, consistia em pequenos "Crests" cruzados com um determinado tipo de Borders. Desta forma, geneticamente o Gloster é formado com base em três fontes distintas, no entanto, acabou por evoluir para uma espécie bastante diferente das suas origens. Apesar de ter tido uma evolução lenta, hoje em dia esta espécie apresenta tanto no seu país de origem , Inglaterra, como noutros Países como Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, etc.., inúmeros criadores e adeptos dos Glosters. É uma das espécies que, estando presente em qualquer exposição, se apresenta como uma das mais requisitadas e mais solicitadas quer por criadores experientes quer por criadores iniciados que querem começar a sua experiência no mundo da ornitologia. Nos Glosters existem exemplares com e sem poupa, sendo que se devem sempre acasalar entre si um exemplar de cada tipo. Estes exemplares, são conhecidos como CORONA (poupa) e CONSORT (sem poupa), que à parte da poupa apresentam o mesmo formato em termos de corpo. Têm como característica serem dos canários mais pequenos e robustos. É fundamental a postura e a plumagem destas aves, assim como a definição da cabeça, do peito, do tamanho das patas o alinhamento das asas, etc. Para além do descrito, todos os exemplares devem estar nas proporções adequadas e em perfeita harmonia, com a tendência para o tamanho diminuto.

Por Miguel Angelo Soares.
GLOSTER CONSORT
O Criador de Glosters, nos primeiros tempos, acreditava que o consort contribuía com algum factor na herança da coroa dos seus filhotes. Na suposição de que um dos pais do consorté corona, logo ele terá uma percentagem de corona.

Porém, apesar deste facto, o consort não contribui na verdade nada geneticamente para as coroas dos seus descendentes, porque o consorté homozigótico para factor de cabeça lisa onde o corona têm o factor dominante.

Se o consorttiver recebido o factor coroa do progenitor que for corona, claro que, terá que desenvolver uma coroa, isto é, está debaixo da influência do gene corona dominante.

Usando o Gloster Consort na tua criação:
Como se explicou anteriormente, o consort não contribui em nada geneticamente para as coroas dos seus filhotes, contudo a influência que o consorttem nos seus filhotes coroados nunca deve ser menosprezada.

No consort é mais fácil de apreciar a forma do crânio da ave, porque não é como no corona onde o crânio é escondido pelas penas da coroa.

Quando seleccionar os seus casais, é essencial que o consort complemente o seu parceiro corona. Este aspecto complementar de acasalar as aves, vale a pena, quanto mais se tentar contrabalançar os pontos negativos de uma ave com os pontos positivos de outra. Este tipo de criação leva alguns anos de trabalho para um total aperfeiçoamento da sua equipa de Glosters; contudo se este tipo de acasalamento for feito, as aves trabalhadas nunca serão consideradas as piores na avaliação de uma exposição.

Nota: Seja exigente quando selecciona quais as aves que vai manter para criação.

Os padrões de exibição requerem que o consort exiba uma cabeça redonda. Com bastante crânio de topo, e não mostrando penas apertadas atrás dos olhos, dando uma aparência de chicote. Qualquer que seja o ângulo em que a cabeça é vista, ela deve ter uma igualdade constante. Quando uma cabeça de um consort for alcançada, é possível colocar uma coroa que ela se ajusta perfeitamente.

A textura da pena deve ser levada em grande consideração. Na textura, deve-se complementar o seu parceiro coroado. Aqui podemos fazer uso da textura de pena menor, largamente exibida pela maioria dos consorts de qualidade. Browning leve em cima dos olhos é desejável, mas numa raça como o Gloster Fancy onde é esperado que o corona tenha um conjunto circunscrito de penas na cabeça; diferente do seu parente maior o Crested, o browing pesado que constitui aquela crista que cria um olhar de “mal-humorado” não é necessário nem desejável.
GLOSTER CORONA
Nos Gloster Fancy, a ave com poupa é conhecida comocorona, e é provavelmente a grande responsável pelo enorme número de pessoas que criam Glosters Fancys.

A coroa actual é causada por uma mal formação do crânio e resulta em penas que se ordenam em forma circular. Isto foi conseguido até ao seu estado presente de perfeição, dentro dos Glosters Fancys, por criação selectiva durante os últimos 75 anos, desde que a raça foi reconhecida como um tipo de canário.

O factor da coroa foi demonstrado como um factor dominante, e o Gloster Coronapode passar isto para 50% dos seus descendentes se o acasalamento consistir em 1 consort X 1corona.

Nota: È possível, como eu disse anteriormente acasalar 1 consort X 1consort, isto já não é recomendável nos corona.

Se se reunir dois genes dominantes, estará-se a produzir um factor letal. O filhote que herdar esta combinação será impossível de vingar, e normalmente sucumbe logo antes de ser chocado, ou seja, com um acasalamento de dois coronas haverá uma taxa de 25% de mortalidade. Mesmo que tivesses êxito a criar uma ave destas, uma vez fora do ninho, é provável que seja mais susceptível a ajustes ou deficiências mentais.

Se se vir mais de perto a genética de um acasalamento corona X corona verás que não é possível obter melhor do que, como as aves nascidas com um acasalamento de consort X corona. Concluindo, o acasalamento de corona X corona não oferece qualquer vantagem.
Usando o Gloster corona na tua criação:
Agora que sabemos como o corona herda a sua coroa, é possível ver qual é o standard tipo para uma exposição. Pressupondo, que o criador está a usar aves próximas da perfeição em atributos corporais tanto quanto possíveis.

Quando se cria para exposição, há duas coisas que devem ser consideradas:

As aves de exibição são o produto final de uma cadeia de acasalamentos seleccionados, e são um stock de aves que formam a continuação da cadeia de criação. (Tal como a criação dos canelas e dos amarelos.)

Pode-se dizer que necessitamos na criação de coronas, de uma ave que mostre uma boa qualidade de penas na coroa para se visualizar uma base próxima da perfeição.

Pontos que devem ser evitados ao seleccionar os coronas para criação, é aves em que faltam penas na coroa particularmente á frente, e os que têm o centro da coroa longe da frente. Também as coroas que têm o centro muito perto da frente e os que têm uma prega entre a coroa e o pescoço.

Todos estes pontos são extremamente difíceis de tirar da criação, e se alguns destes pontos forem usados, serão encontrados durante anos na nossa criação.

Tal como é mencionado na informação dos grizzles, a forma mais desejável para produzir coronas, para exposição, é da variedade escura, e para este fim, o Gloster verde foi dado como possuindo o tipo de qualidade mais excelente das penas nos Glosters Fancys. O Gloster verde é agora provavelmente, e universalmente aceite como sendo a ave mais útil dentro do nosso viveiro de Glosters Fancy.
Por Nuno Iglésias.

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